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Cumprimos o dever cívico e em seguida pegamos a estrada pra Pindamonhangaba.
Chegando lá, encontramos o Zé e a Andreia e fomos pra um cafezinho, churrasco, cervejinha, churrasco, cervejinha, sorvete, churrasco, cervejinha, churrasco. Vai vendo. Ali também tava o Major, a Sara, a Aninha e a cachorrinha serelepe Zara. E aí, lá pelas 15h30, bóra pro show.
O lugar era um Centro Comunitário que róla festa, bailinho etc. Palco baixo, pé direito gigante e a entrada era 1kg de alimento. Quem organizou foram os caras ali da área que tão fazendo um corre pra levantar um espaço pras bandas e tals.
E foi esquema bem simples, mas bem verdadeiro. E não importa se é possível, o que liga é fazer o impossível. O que queremos? Queremos o impossível, queremos incêncio e o apocalipse. Tipo isso.
Aí foi colando gente e nisso chegou o Fabrício, a Camilla e o Meteoro. Mó cara sem se ver e aí ficamos ali naquela brodagem enquanto os moleque da primeira banda levavam uma pá de cover e esbravejavam porque o vocalista deles deu pirirí e por isso não foi tocar.
Na sequência fomos nosotros.
Aí que quando fomos tocar, nos ligamos que um de nós tava com camisa do Zapata e outro com a camisa do Karl Marx. E era dia de eleição. E claro que foi de propósito! E estávamos em Pinda, a terra do nosso querido governador, o picolé-de-chuchu. Vai vendo. E nem seria novidade se, depois desses ultimos dias de debate acalorado nas mídias sociais, aparecesse um maluquinho ali e viesse levar uma. Mas como diz o picolé-de-chuchu, com toda sua pausada didática: “o-im-por-tan-te-é-man-ter-o-di-á-lo-go-com-as-pe-ssss-so-uuas.”. E nós ali, com aquelas camisetas totalitarista-comunista (será que ninguém vê isso?), já imaginamos um sniper lá da rua só mandando bala no nosso peito. Click, Cleck, Bum! Rátátátá! E as manchete no outro dia: “Conjunto de róque totalitarista-comunista, fracasso de publico e crítica, é alvejado por sniper Tucano.”.
É, mas não rolou nada disso não.
Mandamos um set de meiorinha e descemos pra brindar com os truta e ouvir a outra banda e tomar mais umas.
Aí começou a chover pra carai e a banda mandou um Ratos de Porão enquanto o bate cabeça rolava solto. Revolution, baby!
Era mazomêno umas 20h quando demos área. Mó chuva na estrada e, pra ajudar, deu uma zica na elétrica do carro e aí quando a gente dava seta pra esquerda apagava o farol. É, dava seta, apagava o farol. Desligava a seta, o farol acendia. Ó que loco. Que beleeeeza, como diria o Milton Leite.
“Após escapar de snipers tucanos, conjunto de róque totalitarisa-comunista, fracasso de público e crítica, é perseguido pela polícia enquanto acendia e apagava perigosamente os faróis do carro em estrada chuvosa.”.
Ah, sim, segundo capa da Veja, Lula e Dilma sabiam de tudo.
Vida que segue.