Foto Emmanuel Burzum
Aí que o Carbônica nos chamou pra tocar com eles no Macaco Lab, antigo Cidadão do Mundo, ali em São Caetano. No rolê ainda teria Krias de Kafka, exposição da Cibele Gomes e projeções do André Okuma. Enfim, imperdível.
Porém, nada é fácil nessa vida. E ir na sexta a noite pra São Caetano, pela Marginal Pinheiros, Bandeirantes e depois sentido ABC… maaanooo, só para os fortes. 2 horas e cinquenta de trânsito. Sumêmo Jão, quase 3 horas!
Até paramos pra tomar uma no posto, esticar as pernas e, pra variar, nos perder pra achar a rua etc. etc. Quase 3 horas de Ozaca a São Caetano. Foi lôco.
E estávamos com saudades do Cidadão do Mundo. Já fizemos shows bem legais ali. Lembro uma vez que teve mó festivalzão bacanudo. Show com Macaco Bong, entrevista pra rádio, transmissão em streaming e tals. Caraio, se sentimo mó artista. “Agora saporra vai!”. No dia seguinte eu ia chegar no trampo já com o pé na porta: “Chefe, tô fora! Vou viver do meu talento!”. E sairia batendo a porta na cara dele: Blaam!
…
Só que não.
Enfim, Macaco Bong mudou, Fora do Eixo virou Fora do Senso, o Cubo Card quase deu em CPI e nós ainda aí, rumo ao La Carne 5. Onde é que isso vai parar. Que horror!
A festa teve diversão pra todo gosto. Começou com Krias, depois Carbônica e aí os La Carnes. Enquanto rolava os sons, tinha projeções do André Okuma e as ilustras da Cibele ficavam ali perto do palco. Coisa fina!
Mas legal mesmo foi ver cada um ali desempenhando o seu papel. Música, filme e ilustração. Todo mundo numa boa e sem mimimi de artista. Saca mimimi de artista, aquela gente antenada, de vanguarda, meio intelectual meio de esquerda, que se considera o máximo e adora um foodtruck com coxinha gourmet a 10 reais. “Vê um cachorro quente de 18 reais, aí fera!”.
Enfim, quando a cena, os artistas e o mimimi estão invariavelmente cheios de merda, opte por você. Simples assim. E se não der certo, levante, mire e atire. Ou então enforque os padres com as vísceras dos banqueiros. O caos.
Como já dissemos, a gente tem um trilhão de motivos pra se indignar. É só escolher um e tocar o seu trampo pra frente.
E ó, foi crasse o som no MacacoLab. Daóra ver gente com interesse pela vida, e não por estilos de vida. Como bem diz o Espião, “cada um é cada um”.
Criar é resistir. Resistir é criar. Tipo isso.
E foi assim o rolê.
Um brinde pras parcêra e pros parcêro.
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Ah, e veja aqui como foi a festa pelas lentes da Joanah Dark